Total de visualizações de página

buscapé e bondfaro

Leia a Biblia

Leia a Biblia

Leitura Bíblica

Notícias SBB


A Grande Comissão

domingo, 19 de junho de 2011

Escravos por amor - Parte 4


Escravos por amor - Parte 4

ESCRAVOS DE CRISTO
Vamos observar mais uma vez o texto que fala do escravo por amor:

“São estes os estatutos que lhes proporás: Se comprares um escravo hebreu, seis anos servirá; mas, ao sétimo, sairá forro, de graça. Se entrou solteiro, sozinho sairá; se era homem casado, com ele sairá sua mulher. Se o seu senhor lhe der mulher, e ela der à luz filhos e filhas, a mulher e seus filhos serão do seu senhor, e ele sairá sozinho. Porém, se o escravo expressamente disser: Eu amo meu senhor, minha mulher e meus filhos, não quero sair forro. Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.” (Êxodo 21.1-6)
A partir do entendimento de redenção fica mais fácil entendermos a nossa posição de servos, de escravos do Senhor. Contudo, textos como este nos ajudam a entendermos melhor estas verdades espirituais. O servo da orelha furada era conhecido na sociedade dos seus dias como alguém que era escravo por decisão própria. Onde quer que ele fosse, aquela orelha furada atrairia a atenção dos outros! No momento em que eu estou escrevendo este capítulo, eu estou na cidade de Arusha, na Tanzânia, numa base de missionários que trabalham entre o povo massai. Nas reuniões que temos feito aqui vemos muitos homens de orelha furada, fruto de um alargador que já não usam mais em suas orelhas. Eu diria que é praticamente impossível não reparar no furo que há em suas orelhas! E isto me fez pensar no servo que, por amor, furava a sua orelha numa atitude de entrega permanente. Em qualquer lugar em que ele chegasse, as pessoas saberiam imediatamente que ele era um escravo que decidiu ser escravo quando não tinha a obrigação de ser escravo. Eu acho tremendo o paralelo espiritual que encontramos nesta história!
A verdade é que, ainda que por direito de compra (pela Redenção) o Senhor seja o nosso proprietário, Ele não impõe o Seu senhorio sobre as nossas vidas. Todos fomos libertos por Cristo da escravidão (Gl 4.7), mas podemos assumir voluntariamente esta posição por amor (E de fato é isto que Deus espera de nós!). Quase todas as vezes que a palavra “escravo” (ou “servo”, seu sinônimo) aparece no Novo Testamento é a tradução da palavra grega “doulos”, que significa “escravo, servo, homem de condição servil, atendente”. Somos chamados pelas Sagradas Escrituras de “escravos de Cristo”:
“Porque o que foi chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto do Senhor; semelhantemente, o que foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo.” (1 Coríntios 7.22)
Escravos de Cristo! É o que somos! Todas as vezes que os apóstolos se chamavam de “servos do Senhor” (bem como a outros) é este o conceito que eles estavam comunicando.
Vamos pensar um pouco a respeito do servo da orelha furada. Durante seis anos ele serviu a seu senhor, sabendo que no sétimo ano estaria livre. Eu fico pensando que eu, nas mesmas condições, já estaria contando os dias para celebrar a minha liberdade com uma grande festa! É o tipo de pensamento mais natural que podemos ter. O que é incomum é a ideia de desejarmos ser escravos sem que isto seja obrigado. Que conceito é este, abordado por Deus, de nos tornarmos escravos por amor?
Eu creio que isto é uma projeção simbólica do nosso relacionamento com Deus. A Palavra de Deus declara: “Tudo quanto foi escrito, para nosso ensino foi escrito” (Rm 15.4). O Senhor Jesus conquistou o direito legal de ser o nosso Dono, Amo e Senhor. Contudo, Ele prefere não usar deste direito como um conquistador de nossas vidas. Cristo prefere que, quando a liberdade nos é oferecida, nós escolhamos servi-Lo. O servo da orelha furada não permaneceria com o seu senhor por obrigação, e sim por amor, pois, diferentemente de Satanás, que oprime os seus escravos, Deus ama e respeita profundamente os que O servem!
A única razão para alguém permanecer escravo depois dos seis anos de servidão seria fazer isto por amor. O texto bíblico diz: “Porém, se o escravo expressamente disser: Eu amo meu senhor, minha mulher e meus filhos, não quero sair forro.” Note que ainda que o fato de ele ter família (mulher e filhos, que não poderiam acompanhar o servo ao ser liberto) seja mencionado, a expressão “eu amo meu senhor” é o que vinha em primeiro lugar. A decisão partia de um sentimento que, acima de tudo, envolvia o senhor daquele servo.
Se aquele senhor oprimisse duramente ao seu escravo naqueles seis anos, é lógico que ele não desejaria continuar a seu serviço quando chegasse o tempo da sua liberdade. Mas vemos na Bíblia que alguns senhores tratavam os seus servos com muito respeito e dignidade. Veja, por exemplo, o caso de Abraão, o qual, antes de Isaque nascer, havia feito o seu servo Eliézer o seu herdeiro. Até mesmo na hora de buscar uma esposa para Isaque, Abraão fez com que o seu servo jurasse que não traria uma mulher que não fosse da parentela do seu senhor. Se Abraão o tratasse apenas como escravo, ele simplesmente teria dado uma ordem. Ao pedir um juramento, o Pai da Fé o tratou de forma diferenciada!
O padrão de sermos escravos por amor se estende à Nova Aliança e é encontrado no ensino dos apóstolos. Observe o que Paulo declarou sobre isto:
“Mas o que para mim era lucro passei a considerá-lo como perda por amor de Cristo; sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo.” (Filipenses 3.7,8)
Ele também nos mostrou que a nossa atitude de entrega a Deus também é baseada unicamente no amor:
“Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro.” (Romanos 8.36)
Quando o senhor foi bondoso e generoso com o seu servo durante aqueles seis anos, e o escravo “estava bem” neste relacionamento, então era natural que ele quisesse permanecer como escravo. A decisão de ser escravo para sempre tornava-se compreensível quando o servo sabia que o seu padrão de vida como servo do seu senhor era muito superior ao que ele tinha quando era livre.
“Mas se ele te disser: Não sairei de junto de ti; porquanto te ama a ti e a tua casa, por estar bem contigo; então tomarás uma sovela, e lhe furarás a orelha contra a porta, e ele será teu servo para sempre; e também assim farás à tua serva.” (Deuteronômio 15.16,17)
O texto diz que a decisão de ele permanecer escravo era devida ao amor. Mas o que gera esta resposta de amor? O versículo acima usa a expressão “por estar bem contigo”. Qualquer bondade que o servo manifestasse para com o seu senhor não era mais do que obrigação. Por outro lado, o senhor não tinha nenhuma obrigação de tratar bem o seu servo, mas, quando assim o fazia, ele conquistava o coração do seu escravo.
Semelhantemente, o que nos leva a amarmos ao Senhor Jesus? É o entendimento do Seu amor por nós. Quando entendemos o quanto Ele nos ama, somos constrangidos a uma resposta de amor:
“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2 Coríntios 5.14,15)
Falarei mais sobre isso no Capítulo “Dívida de Gratidão”, mas cabe aqui lembrarmo-nos de que “nós O amamos porque Ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19). O servo da orelha furada decidia pela escravidão vitalícia como um ato de amor. E isto o levava a fazer duas coisas:
1. Renunciar a sua liberdade;
2. Viver para obedecer a seu senhor.
Vejamos como estes princípios estão relacionados com a caminhada cristã hoje:

sábado, 11 de junho de 2011

Evangelizar

Evangelização deve ser hoje a senha de cada cris­tão. É alcançar o que ainda não foi alcançado; e levar o Evangelho de Cristo ao que está perdido. É levar almas a Cristo. É levar pecadores ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo. E sair por estradas e veredas, e adicionar mais ovelhas ao aprisco do Bom Pastor.

Uma senha, Senhor, dá-nos agora.
Vocábulos de fogo e de poder!
Esse grito de guerra que afervora,
Que arrasta a conquistar ou então morrer.

É a palavra que a Igreja põe desperta, Para cumprir a ordem do Senhor! A senha já foi dada! Igreja, alerta! Ei-la: EVANGELIZAI! Com fé e amor.
Anunciai o Evangelho que é de Deus, Por toda a Terra, vós, filhos da luz! A senha ecoando vai por terra e céus Oh! EVANGELIZAI—disse Jesus.

Ao que já morre, a raça contumaz,
O dom gracioso de Jesus pregai!
E a todo pecador que em trevas jaz
Com fé e amor, sim, EVANGELIZAI!

O Senhor Jesus disse: Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa (Jo 4.35). E disse mais: A seara é realmente gran­de, mas poucos são os ceifeiros. Rogai pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara (Mt 9.37,38).
Precisamos buscar o perdido em nossa terra, e também em outros países por várias razões:
Porque Deus cheio de compaixão, precisamos arrebatar as almas como tiramos tições da foguei­ra viva (Sl 86.15).
Porque o Senhor não quer que nenhum pereça, senão que todos venham a arrepender-se (2 Pe 3.9).
Porque Jesus veio procurar e salvar aquele que estava perdido (Lc 19.10)
Deus teve só um Filho, e Ele foi missionário, evangelista, pescador de almas. Meditemos bem nas parábolas do semeador, da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho perdido, do Evangelho segundo São Lucas, capítulo 15, na parábola do bom samaritano (vai e faze o mesmo), na parábola da grande ceia (sai para os caminhos e vales e força-os a entrar). Todo o mi­nistério de Cristo foi dominado por uma ardente pai­xão pelos perdidos. Para nos assemelharmos a Ele, precisamos ser ganhadores de almas.
Porque a Bíblia foi dada para dizer aos homens como se podem salvar (Jo 20.31)... devemos evangelizar.
Porque Jesus disse: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado (Mc 16.15,16).
Por causa do valor de uma alma (Mt 16.26) — devemos fazer tudo que pudermos para resgatá-la.
Por causa do salário do pecado (Rm 6.23) —temos o dever de alertar o perdido, para que passe do domínio de Satanás para o domínio de Deus.
Porque o homem não se pode salvar por si (Ef 2.8,9) — urge que levemos ao perdido a men­sagem redentora de Cristo.
Porque a morte é coisa certa, e também o juízo, e também o inferno — devemos consagrar nossa vida a ganhar as almas perdidas, e isso de todos os modos possíveis.
O que você diz, então, acerca de tudo isto? Você sente dentro de seu coração a atração das almas? Gosta de ajudar almas desesperadas a encontrar nova esperança em Cristo? E o desafio de toda criatura, todo o mundo, do até aos confins da terra, de outras ovelhas, das cidades vizinhas está a inflamar o seu coração como inflamou o coração de Jesus - e os de Pedro, Tiago, João, Paulo e de outros muitos?
Os campos já branquejam para a ceifa... E correm perigo de se perder! As multidões de nossos dias têm tantas necessidades, tanta fome de justiça e amor, e respondem tão bem ao apelo do Evangelho, como nos dias de Jesus, como nos dias apostólicos.
Quem será o culpado, se se perder a colheita? En­quanto os homens se escusam e se poupam, dizendo que as condições ou as circunstâncias são desfavorá­veis, a Bíblia enfaticamente nos ensina que podemos esperar colheitas de almas em qualquer lugar, a qual­quer tempo, uma vez que obreiros dinamizados e possuídos pelo Espírito se dediquem de corpo e alma à evangelização do mundo.

Escravos por amor - parte 3


LUCIANO SUBIRÁ

Escravos por Amor - Parte 3

 O QUE CRISTO FEZ POR NÓS
Foi exatamente isto que Jesus fez por nós. Cristo nos comprou para Deus através da Sua morte na Cruz:

“... porque foste morto e com teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação, e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.” (Apocalipse 5.9b,10)
O homem tornou-se um escravo de Satanás quando se rendeu ao pecado no Jardim do Éden. A Bíblia declara que aquele que é vencido em algo torna-se escravo de quem o vence (2 Pe 2.19), e foi exatamente isto que aconteceu com o primeiro casal. Eles foram separados da glória de Deus. Eles perderam a filiação divina. Adão foi chamado “filho de Deus” (Lc 3.38), mas esta condição não foi mantida. Quando Jesus veio ao mundo, Ele foi chamado de “o Filho Único de Deus” (Jo 3.16), mas Ele veio mudar esta condição e passou a ser o “Primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). O Diabo se assenhoreou do homem a da Terra, que havia sido dada ao homem (Sl 115.16), e ele afirmou isto para Jesus na tentação do deserto (Lc 4.6). Mas Jesus veio pagar a nossa dívida do pecado, e, ao fazê-lo, garantiu a nossa libertação das mãos de Satanás:
“Ele nos resgatou do poder das trevas e nos trasladou para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a nossa redenção, a remissão dos nossos pecados.” (Colossenses 1.13,14 – TB)
Observe o termo “resgatou”, que aparece quando o apóstolo está falando de sermos tirados do Reino das Trevas e de sermos levados para o Reino do Filho de Deus. Em seguida ele afirma o seguinte: “no qual temos a nossa “redenção”! A Redenção foi o ato de compra, do pagamento da dívida do pecado:
“Tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz; e tendo despojado os principados e potestades, os exibiu abertamente, triunfando deles na mesma cruz.” (Colossenses 2.14,15 – Tradução Brasileira)
O Texto Sagrado revela que Jesus despojou os príncipes malignos. Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “despojar” significa “privar da posse; espoliar, desapossar”. Isto faz com que questionemos o quê, exatamente, Jesus tirou destes principados malignos. O que eles possuíam que pudesse interessá-Lo? Nada, a não ser o senhorio sobre as nossas vidas! O despojo somos nós, que fomos comprados por Ele para Deus e a partir de então passamos a ser propriedade de Deus. É exatamente assim que as Escrituras se referem a nós. Somos chamados de propriedade de Deus:
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2.9)
Repetidas vezes encontraremos a ênfase de que Cristo nos comprou para Si. E o preço foi o Seu próprio sangue!
“Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo.” (1 Pedro 1.18,19)
Portanto, quando Jesus nos comprou, Ele nos livrou da escravidão do Diabo, mas nos fez escravos de Deus! Coisa alguma que possuímos é, de fato, nossa exclusivamente. Nem as nossas próprias vidas pertencem a nós mesmos! Somos propriedade de Deus. Ele é o nosso Dono. Consequentemente, tudo o que nos pertence na realidade pertence a Ele!
Referindo-se ao Espírito Santo em nós, Paulo O chamou de “o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus” (Ef 1.14 – ARC). Observe que o termo “redenção” aparece associado aos termos “herança” e “possessão”, pois é disto que o Princípio de Redenção sempre trata: o resgate da propriedade! O que aconteceu foi que passamos por uma troca de “dono”. Agora pertencemos ao Senhor!

sábado, 4 de junho de 2011

Escravos por amor - Parte 2


LUCIANO SUBIRÁ

Escravos por Amor - Parte 2

 ENTENDENDO A REDENÇÃO
A fim de podermos entender a visão do senhorio de Deus em nossas vidas, bem como a nossa condição de servos (escravos) Seus, é preciso que estabeleçamos antes um fundamento claro do que a Bíblia ensina sobre “redenção”.

Para muitos cristãos, a palavra “redenção” não significa nada mais do que “perdão dos pecados” ou “salvação”. Mas o seu significado vai muito além disso. A palavra “redenção” significa “resgate” ou “remissão”. Ela significa “readquirir uma propriedade perdida”. Antes de Deus estabelecer algumas verdades no Novo Testamento, Ele determinou que elas fossem ilustradas no Antigo Testamento:
“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.” (Hebreus 10.1 – Tradução Brasileira)
A sombra é diferente da imagem real que a projeta. Assim também, as ordenanças da Antiga Aliança (práticas literais) tinham características semelhantes às dos princípios que Deus revelaria nos dias da Nova Aliança (práticas espirituais). A circuncisão deixou de ser literal e passou a ser uma experiência no coração (Rm 2.28,29). A serpente que Moisés levantou no deserto tornou-se uma figura da obra de Cristo na Cruz (Jo 3.14). Assim também, outros detalhes da Lei que envolviam comida, bebida e dias de festa, começaram a ser vistos não como ordenanças literais, pelas quais quem não as praticasse poderia ser julgado, mas como uma revelação de princípios espirituais, cabíveis na Nova Aliança:
“Ninguém, portanto, vos julgue pelo comer, nem pelo beber, nem a respeito de um dia de festa, ou de lua nova ou de sábado, as quais coisas são sombras das vindouras, mas o corpo é de Cristo.” (Colossenses 2.16,17)
É desta forma que precisamos olhar para a lei da redenção no Antigo Testamento. Durante anos Deus fez com que o povo praticasse uma encenação do que Ele mesmo um dia faria conosco. Foi assim com o sacrifício do cordeiro que os israelitas repetiam anualmente em várias cerimônias; por fim, vemos João Batista apontando para Jesus e dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29). Paulo se referiu a Jesus como o Cordeiro Pascal (1 Co 5.7). Vemos nestas passagens que as práticas repetidas por centenas e centenas de anos tinham por objetivo fazer com que eles entendessem uma figura que somente seria revelada posteriormente. Com a Redenção não foi diferente. O Livro de Rute nos mostra Boaz resgatando (ou redimindo) as propriedades de Noemi. Ele estava readquirindo uma posse perdida.
Toda dívida tinha que ser paga. Se um indivíduo não tivesse recursos para honrar os seus compromissos, ele deveria dar os seus bens em pagamento. Se estes não fossem suficientes, ele também deveria entregar as suas terras. E, se elas ainda não bastassem para a quitação da dívida, o próprio indivíduo (e às vezes até a sua família) deveria ser dado como pagamento. Isto faria dele um escravo. Lemos em 2 Reis 4 que uma mulher viúva, que fora casada com um dos filhos dos profetas, perderia os seus filhos, pois seriam levados como escravos se ela não pagasse a sua dívida. E, quando isto acontecia com alguém, só havia duas formas de esta pessoa sair da condição de escravidão: ou alguém pagava a sua dívida (um redentor) ou ela esperava nesta condição até que chegasse o Ano do Jubileu (que se repetia a cada cinquenta anos). Veja o que a Lei Mosaica dizia sobre isto:
“Se teu irmão empobrecer e vender alguma parte das suas possessões, então virá o seu resgatador, seu parente, e resgatará o que seu irmão vendeu. Se alguém não tiver resgatador, porém vier a tornar-se próspero e achar o bastante com que a remir, então contará os anos desde a sua venda, e o que ficar restituirá ao homem a quem vendeu, e tornará à sua possessão. Mas, se as suas posses não lhe permitirem reavê-la, então a que for vendida ficará na mão do comprador até ao Ano do Jubileu; porém, no Ano do Jubileu, sairá do poder deste, e aquele tornará à sua possessão.” (Levítico 25.25-28)
A redenção era o pagamento da dívida feito por um parente próximo. Por meio do pagamento ele comprava de volta o que se perdera. Então a pessoa que fora escravizada deixava de pertencer a quem antes ela devia e a quem servia.
Por exemplo: se eu me endividasse a ponto de perder todas as minhas posses e ainda ser levado como escravo, e, se o meu irmão me resgatasse, eu não deixaria de ser escravo! Eu apenas mudaria de amo! Eu agora passaria a ser escravo do meu irmão, porque ele me comprou! Qual é então o proveito disso? De que adianta ficarmos livres de um para nos tornarmos escravos de outro? A diferença era que o novo dono era um parente que pagou essa dívida por amor (Um escravo normalmente não valia tanto.), e, justamente por causa do seu amor, ele trataria o escravo com brandura, com misericórdia.